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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

"A parte que falta"

Todos estão falando do livro "A parte que falta". É que a Jout Jout narrou a história de um jeito tão especial e único que é impossível ficar indiferente. É como ouvir um mesmo conselho pela milésima vez, mas de alguma forma, nessa específica vez, tudo parece fazer sentido. Simplesmente algo te toca.

A verdade é que todo mundo, em algum momento, já se deparou com a dificuldade de se preencher e sentir completo. Eu, por exemplo, vivi essa fase de busca toda a minha vida. E nem sempre de forma elegante ou madura. Por vezes quis fazer caber algo nitidamente não encaixável em mim. Mas a vida seguiu e um dia um pedaço chegou preenchendo tudo e me fazendo sentir completa.

Em um filme da Disney talvez esse fosse o final, aquele momento de felicidade tão extrema, que nem adianta continuar a história porque não tem como ficar mais interessante que isso. Mas na vida real tem.

É que você descobre que amar é extremamente raro e fascinante, mas que é só um pequeno passo na construção de uma relação. O primeiro e essencial passo, mas ainda assim, algo que não se basta. Além disso, depois de encontrar a parte que lhe falta, você descobre que aquela era apenas a maior das partes que lhe faltavam. E agora, uma vez preenchida, você finalmente pode enxergar as outras tantas faltas que lhe compõe.

E então é preciso companheirismo e muita habilidade para mergulhar no infinito de faltas e completude que é o outro, sem perder de vista o seu próprio horizonte. Porque amar é antes de tudo uma entrega pessoal. É se permitir mudar para viver um novo momento, respeitando aquilo que lhe é essencial, mas aceitando se enxergar em algo distinto daquilo que você entendia como si mesmo.

Um comentário:

Moda Evangélica disse...

Oi Nanda! Navegando a internet encontrei um texto seu de 2010, aqui no seu blog... Gostei tanto do seu jeito de escrever que fui olhar seus outros textos... E vc é uma escritora incrível!!! Adoro o jeito que vc escreve, as metáforas que usa, a imagem mental que vc cria com as palavras... Li o seu texto de 2010 sobre suas perspectivas em querer ser dona de casa... Li também o de 2011 em que vc não tinha mais certeza sobre ser isso oq queria... E hj? Qual sua reflexão sobre aquela época, e como vc está hj? Beijos!