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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Não me vi crescer.


Estou ouvindo agora uma música que me lembra a primeira fase de Malhação (Every breath you take), aquela que tinha Claudio Heinrich como Dado, Danton Melo como Héricles e onde Bruno de Luca ainda não era unanimidade, mas só uma criança, como eu naquela época.

O que mudou em mim desde 1995?

Em alguma altura da vida a gente se pergunta essas coisas. Tenta se lembrar de como era e fazer uma reflexão sobre quem é hoje. Talvez numa tentativa de se perceber crescendo, ou mesmo numa simples análise entre as expectativas que tínhamos e quem nos tornamos.

Eu era uma criança que brincava muito na rua, mas que sempre guardava um tempão para a televisão. Me lembro de assistir emergência 911 e Plantão Médico sozinha, na sala, e ficar impressionada com aquele bando de coisas que eu não entendia, mas que me pareciam fantásticas.

Ontem eu vi a Sandy na Gabi e me dei conta mais uma vez do tempo que passou. Sou da geração que cantava e dançava com a dupla Sandy e Júnior e agora posso assistí-la numa carreira solo, cantando divinamente, compondo, casada e cada dia mais segura de si. Sim, continuo fã. Pelo talento e pela personalidade dela.

Mas e então, eu sou hoje quem eu sonhava que seria? A resposta é não e carregado de um ufa!. Pra essa resposta ser sim eu teria que ser muito óbvia ou focada a ponto de não olhar para os lados e me permitir mudar. Não seria eu.

Não seria a garota que é capaz de batalhar dia e noite por algo, mas que ao perceber que batalhou pela coisa errada dá meia volta e recomeça em outra direção;
Não seria a mulher que não sabe o que quer, mas que assim mesmo luta pelos próprios sonhos, numa obstinação no escuro que sente ir no caminho certo;
 Não seria alguém de personalidade forte, meio brava, meio doce, que muitos definem como generosa e outros tantos como egoísta. 

Ser uma contradição é tarefa complexa e difícil, mas me veste sob medida. 
Sou fria, mas não calculo. Sou quente, mas não extrapolo. 
Não sou exemplo de ser, tampouco de não ser, mas estou longe de ser morna.