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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O que você vai ser agora que você cresceu?

É uma tarefa árdua a de lembrar constantemente que as escolhas mais difíceis dessa vida precisam ser tomadas por você mesmo. Que as expectativas dos outros devem ser apenas as expectativas dos outros, e não os seus caminhos. Que ser bem sucedido é 100% proporcional com a sua felicidade cotidiana, e não com as fotos que você posta nas redes sociais durante as suas férias. 

Mas então nos obrigam a decidir por volta dos 18 anos de idade o que queremos ser profissionalmente. Nos impõem a celeridade de um sistema no auge das nossas dúvidas. Não que depois seja proibido mudar de ideia, mas é que o custo social de admitir que você talvez tenha errado intimida.

Quando se é criança é permitido sonhar com a sua profissão. Ninguém te julga se você diz que quando crescer vai querer ser malabarista ou vendedor de picolé. Não há censura porque se imagina que é passageiro. Deixa-se para o tempo a tarefa de moldar aquela criança ao que se espera dela. Mas então você cresce e a pressão começa. Ah, você quer estudar isso? E vai trabalhar onde? Vai viver de quê? Você acha que essa profissão vai manter o padrão de vida que você tem atualmente?

É difícil lutar pra trabalhar no que se quer, quando o que se almeja não é conservador. Se o seu sonho é ser engenheiro, levante as mãos pro céu e agradeça. Você encontrará apoio e tapinhas nas costas. Se o seu sonho é ser dançarino, força, amigo! Você terá que percorrer um caminho de pedras e com torcida organizada reduzida. No entanto, seja você conservador ou moderno na sua escolha, a sua paixão te ajudará a se manter no caminho. Difícil mesmo é quando nossos corações ainda não foram fisgados por um ofício, pois aí não há time contra, mas também não há time a favor, nem mesmo o nosso.

Esse fim de semana eu comemorei um ano da minha formatura em Direito e dói admitir, mas ainda não encontrei a minha paixão. Não amo advogar, nem sonho com algum concurso específico. Achei que consultoria fosse minha praia, mas desisti assim que pisei na areia. Não é que eu quisesse ter feito outro curso, mas eu gostaria de ter tido tempo para descobrir o que eu queria antes de entrar na faculdade, e não apenas escolher dentre as opções que me restaram depois de ter iniciado a minha graduação.

Quando eu era mais nova, tinha pressa de fazer tudo acontecer. Achava o máximo ser o mais jovem a realizar algo. Hoje eu percebo que triste é quando você não realiza, pouco importa a idade. Eu adoraria ter objetivos de vida definidos desde pequena, mas não é assim que eu sou. E a cada dia eu me permito ser um pouco mais gentil com as minhas diferenças, mesmo elas bagunçando um pouco a minha vida, pois elas são também o que me tornam única. Talvez minha vocação seja essa, a de ter dúvidas e expressar isso pra que outras pessoas percebam que não estão sós.

2 comentários:

Renatinha disse...

Tamo junto amiga,tamo junta.

Unknown disse...

Olá Fernanda!

Chaguei no seu blog pelo artigo "como passar no mestrado", e fui lendo o resto porque te adorei! ^^

Creio que principalmente pela afinidade, pois também fiz Direito porque minha mãe achava que filho de pobre precisa de uma profissão que desse um "dr." na frente do nome.
Trabalhei por 3 anos em consultoria tributária, depois de advogar e sei que amar, amar sempre o que fazemos não é tão simples assim, mas soa bastante poético, de fato.


E hoje, ainda que não sempre, mas em alguns momentos, você consegue amar o que faz??

Espero que sim!
Independente da resposta, saiba que você não está sozinha!
Bjs,
Lari