Todos estão falando do livro "A parte que falta". É que a Jout Jout narrou a história de um jeito tão especial e único que é impossível ficar indiferente. É como ouvir um mesmo conselho pela milésima vez, mas de alguma forma, nessa específica vez, tudo parece fazer sentido. Simplesmente algo te toca.
A verdade é que todo mundo, em algum momento, já se deparou com a dificuldade de se preencher e sentir completo. Eu, por exemplo, vivi essa fase de busca toda a minha vida. E nem sempre de forma elegante ou madura. Por vezes quis fazer caber algo nitidamente não encaixável em mim. Mas a vida seguiu e um dia um pedaço chegou preenchendo tudo e me fazendo sentir completa.
Em um filme da Disney talvez esse fosse o final, aquele momento de felicidade tão extrema, que nem adianta continuar a história porque não tem como ficar mais interessante que isso. Mas na vida real tem.
É que você descobre que amar é extremamente raro e fascinante, mas que é só um pequeno passo na construção de uma relação. O primeiro e essencial passo, mas ainda assim, algo que não se basta. Além disso, depois de encontrar a parte que lhe falta, você descobre que aquela era apenas a maior das partes que lhe faltavam. E agora, uma vez preenchida, você finalmente pode enxergar as outras tantas faltas que lhe compõe.
E então é preciso companheirismo e muita habilidade para mergulhar no infinito de faltas e completude que é o outro, sem perder de vista o seu próprio horizonte. Porque amar é antes de tudo uma entrega pessoal. É se permitir mudar para viver um novo momento, respeitando aquilo que lhe é essencial, mas aceitando se enxergar em algo distinto daquilo que você entendia como si mesmo.