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sábado, 20 de setembro de 2008

O fim



Ele, que outrora enchia-me os olhos de credulidade, surpreende tornando-os mais ateus do que antes.

Os olhos que eram caídos, agora parecem derrubados.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O início

Ele me chama de olhinhos caídos e eu pergunto-lhe o porquê.
Mal sabe ele que no fundo eu quero mesmo é perguntar: por quem?
E esperar que ele reflita e descubra ser o criador da própria criatura que apelidou.

O menino que chama os olhinhos caídos é quem os faz despencar cada vez que passa à sua frente.

domingo, 25 de maio de 2008

...


O que eu sinto não tem nome ou sobrenome, nem merece ter registro.
Junte fome e desejo e peça para escolherem entre a comida e o beijo.

Se a idéia é saciar, escolhe-se a comida
Após ingerida, a fome passa.

Já o beijo, este não mata o desejo
É um alimento ao contrário.

A comida mata a fome
O beijo aumenta o desejo e nos cala.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

... 2


Eu quero mudar o mundo e não consigo passar da segunda na dieta;
Eu exijo demais dos outros, de mim e não tenho nada de ninguém;
Me apaixonei duas vezes e por duas vezes não fui correspondida;
Me empolgo fácil, desempolgo fácil, amo sempre e sem medida;
Tenho medo de escuro, de espírito, como muito e sou preguiçosa;
Queria mudar o mundo, mas meu mundo gira, gira, gira e não sai da roda.

segunda-feira, 10 de março de 2008

... 1

As mesmas palavras podem significar coisas tão diferentes...
E mesmo havendo tantas delas, estas, nem sempre, são suficientes.

REVIRANDO O BAÚ - I



Seus olhos podem não ser claros e grandes
Podem ser embaçados por essas lentes
Não são tão belos quanto profundos
Mas também pudera
Se o fossem, não haveria quem resistisse.

Levando-se em conta, contudo
O conceito de janela que os olhos têm
Todos sobre os seus se inclinariam
Para descobrir que vista eles possuem.

E aqueles contemplados com seu foco
Tão contentes ficariam em sabê-lo
Que mais fácil seria fechar os olhos
A recusar um dia seus olhares receber.

15.10.05